terça-feira, 11 de agosto de 2009

O melhor que consigo fazer.


E de repente estavas aqui, mais perto do que o perto e mais longe do que o longe. Mas na distância íamos trilhando casualidades importantes. Como a cor do céu do novo dia que aguardava por nós, ou as histórias caricatas que preferimos lembrar de esquecer. E de repente, encontrava-te assim. E de repente, deixava-te entrar na casa que sou eu. Dei-te as boas-vindas, sentaste-te no sofá. Disse-te que iria preparar um chá e falamos até o chá estar frio e a língua dormente. Já tinham passado muitas horas desde que aqui tinhas entrado. Ias embora, pedi-te para voltares sempre que quisesses. A minha casa era a tua casa, a partir do dia, que entravas nela, tão confiante de que ela não iria desmoronar-se.

Volta sempre que desejares, vou tratar de fazer uma cópia da minha chave. Vou tratar de te deixar à vontade com piadas bem ou mal conseguidas. Enquanto cá estiveres, vamos ouvir música até amanhecer, Oasis ou The Killers é perfeito para a circunstância. Vamos conversar sem falar, inventar talvez códigos, rir de nada e rir de tudo, porque enquanto cá estás, não há nada que não possamos fazer. Gosto de pensar que podemos cristalizar este momento para sempre, mas afirmo-te a pés juntos que não penso no futuro. A voz da razão sobrepõe-se à voz do coração, dizem. Longe, onde não me vês. Sabes que me vês, mais perto do que qualquer outro satélite. Tens o Mundo para conquistar, e ele espera-te. E a mim, bem a mim, o Mundo conquista-me. Apaixono-me pelas borboletas e pelas saudades que sentiria se o fosses conquistar, sem a minha presença por perto. A única coisa de que ainda tenho a certeza é que funcionas como um refúgio para a loucura que é viver em mim. E por isso e novamente, sê bem-vindo à minha humilde casa.

Está aqui a chave, faz bom uso dela. Em cada divisão verás o reflexo do que é ter-me e ainda precisar de mais. É esse mais, que procuro em ti. Sei que não me irás desiludir. Fecha a porta sempre que saíres, a entrada é privilegiada.


De mim para ti!

12 comentários:

Joana ' disse...

A única coisa de que ainda tenho a certeza é que funcionas como um refúgio para a loucura que é viver em mim.

E é tão bom ter esse refúgio, esse porto de abrigo, para os dias mais frios ou chuvosos.

Desejo.te toda a felicidade do mundo, esse que ele não vai conquistar, pelo menos, sem ti *

Beijinhos Querida ^^

Joana ' disse...

Acredita que tenho andado a fazer por isso.. Chega de lamentos e lágrimas que não nos levam a parte alguma! Quero é sorrisos e boas surpresas :)

Beijinhos

Caranguejo disse...

O ideal era não ser necessária uma chave, apenas o empurrar de uma porta com um coração cheio de amor para se entrar em todas essas divisões não era?

Um Beijo

Bernardo disse...

concordo com os comentários

messy disse...

lindo, mesmo! (':

ADEK disse...

Engraçado ver o que se anda a ler por esse lado, porque (não sei bem porquê) sempre identifiquei os teus textos com o "Fazes-me falta". Foi engraçado relacionar agora:P Bjinho!*

Chamem-me o que quiserem - desde que me chamem. disse...

Cara BroKen, tu és outra que, a par com o BOM REBELDE, têm de publicar um livro com urgência! A Literatura Portuguesa precisa de vocês.
Sensibilidade maravilhosa, a tua. Um beijinho. (Já li o "Fazes-me Falta" e gostei muito. Sugiro um, que tem a ver com a minha profissão, mas é dirigido ao público em geral : "O que pensam os médicos" - muito giro.)

Fernando G. disse...

Antes de mais nada, há coisas que não se agradecem, apenas se sentem e vivenciam!
E queria deixar aqui mais umas palavras às tuas, mas hoje não me estico e apenas reflicto sobre os teus escritos, que fazem já parte da minha leitura quase diária!
Vou andar a viajar por aqui... uma boa noite!

Cátia'P disse...

A porta mais bonita que ele poderá abrir é a porta que mostra o teu sorriso de felicidade. Se ele consegue abrir mais portas que essa, então, é ele o privilegiado. Tu deves ser um docinho :')

Um beijo *

rc. disse...

Está mesmo bonito .
Nem sei explicar o que senti quando li .
Gostei mesmo ! <3

O Profeta disse...

Ah mas esta calmaria aprisionada
Sobe ao celeste um frio arrepio
Entre o mar e as negras pedras
Vive um coração de onde escorre um rio
Onde moram sereias douradas
Onde os peixes falam de amor
Onde as pedras são felizes
Onde as águas lavam o rancor


Boa semana


Doce beijo

Anónimo disse...

Mais uma vez está engraçada a analogia que fazes para dizer o que queres de formas diferentes. "Volta sempre que desejares, vou tratar de fazer uma cópia da minha chave." Bjos