terça-feira, 3 de março de 2009

Fragmentos


"- Não entendo como duas pessoas que gostam tanto uma da outra, têm que ignorar isso. Não é justo.

- A vida não é justa!"




(Foi aí que me apercebi. A única coisa que irremediavelmente nos une é, e só apenas, o sentimento fragmentado pelo tempo, que outrora foi total e transparente. E agora o que resta dele? Memórias de quando fomos felizes e retornamos a ser apenas isso. Memórias. O quanto dói ter de abdicar de uma luta tão nossa, tão nossa que pensámos ser já parte do nosso sistema biólogico e que de repente deixou de funcionar correctamente. É como se a ciência jogasse a nosso favor e tivessemos transformado o nosso corpo modelo. Isto como se se tratasse de uma metamorfose, para acolher uma nova etapa - amar. Amar com o corpo, a alma e todo o resto do Mundo. Amar porque é essa a nossa natureza, é disso que somos feitos. Amar, não porque está na moda, amar porque realmente queremos, amar não por defeitos, mas amar pelas qualidades. Quem somos nós depois de amar tanto alguém? Qual é o estado da nossa alma para opiniar sequer sobre o que é 'o resto de tudo'?
Amamos, com o coração!? Amamos com a razão?)

Sem comentários: