segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Hello stranger


Ontem revira este filme. Lembrava-se do quão minúscula e mutante pode ser uma decisão que à partida, quando é tomada não mais será refutada. Lembrara-se ainda das decisões tomadas por si ao longo da sua vida (ainda que curta) que a levavam hoje a seguir um caminho incerto mas construído à sua vontade. Lembrou-se do que ficou por dizer por medo da reacção, por receio de não o sentir. E aguardava por um momento melhor, aquele que na verdade nunca chegava. Embora o saiba longe, nada a impede de não o sentir a seu lado, como sempre espera que esteja. De certa forma, guarda nele o que sabe que nunca chegará. Pois o veredicto foi feito muito antes do juíz o assinalar. Cruo e simples. Sabe-o bem e as expectativas tem-as, mas como canceriana que é, nunca serão as mais positivas. Queria ela ter a força para enveredar por mais um caminho incerto, daqueles que dá gozo atravessar. Mas desta vez é diferente. Sabe-o e sente-o no ar. A vontade é de abandonar aquilo que nunca será seu, ou será? Partir em rumo de uma luz que lhe pareça mais brilhante, mas receia ficar na escuridão assim que voltar as costas aquilo que agora lhe aquece os dias.
Numa qualquer melodia trágica o espera. Como um final de um drama qualquer a começar pelo seu início. A cortina ainda não caíra e ela já sabia de cor, as falas de cada actor daquela peça. Espera sair magoada, desfeita em lágrimas. Já o sabe e talvez fosse agora a hora mais oportuna de abandonar o seu lugar. Dar vez a outra pessoa de ser o que ela nunca será para ele. Mas é teimosa, sempre o fora. Vai ficando, e o tempo vai passando. Quer ter a certeza que mais uma vez, esta pessoa não terá a verdadeira capacidade de a surpreender. Retrocede para o momento em que cruzavam olhares pela primeira vez e lembrara-se de dizer: "Olá estranho!"(as seen on "Closer").

1 comentário:

teardrop disse...

É um dos filmes que mais gosto! Tem uma grande lição por trás das histórias que se cruzam!