domingo, 4 de abril de 2010

Vais



Deixei-te ir, só para quando voltares amar-te duas vezes mais. A raiz de nós veda por todo o lado. Passo a passo, o fôlego torna-se calmo, mais claro. E aprendemos a respirar com a certeza de que há sempre uma hora a seguir. Não sabes, não ouves, não calas. Tudo é mais simples no silêncio. Refugiaste para não te deportares de ti mesma. Um leve toque na ferida e é como se fosses um balão, sobes sobes sobes. Se nem os beijos te salvam, o choro afoga-te, conquanto saibas nadar. Simples é o facto de estares tão perto de um fechar de olhos apaziguante, ou de um ataque de acidez. Viras a cabeça, pois nada é tão simples quanto o acto de rodear a realidade. Fazes-te falta e tu sabe-lo. Tocam-te, suplicas pela liberdade. Dão-te o Mundo, queres apenas uma ilha. Vives na inconstância de uma resposta conclusiva. Ama-lo, mas não demonstras. Ama-lo, com a cabeça quando o coração se procura a si mesmo. Ama-lo, com tudo o que podes. A clareza de ti, não faz de nós uns heróis. Por conseguinte, deixaste embalar num uníssono de Primavera. Oxalá tudo fosse tão simples quanto quando as flores florescem pela primeira vez.

Deixei-te, não só para te amar duas vez mais, mas para acertar maneiras com o meu amor.



2 comentários:

Joana ' disse...

Minha querida.... como é bom vir aqui ler os teus textos, matar saudades....
Com o passar do tempo, a qualidade aumenta.
Beijinho

Anónimo disse...

Gostei imenso do texto!
Beijinho