sábado, 8 de agosto de 2009

A tua rota


Não percebia o quanto ainda eras importante, até ter ouvido novamente o teu nome. Alguém o proclamava, alguém acordava assim o meu vício de ti. Foi naquele momento que o Mundo parou. Foi neste dia que o Mundo acabava, tal como se falava no Apocalipse. Eras a ruína dos meus dias, e buscavas o meu sangue para sobreviveres. Sugavas e sugavas até ao fim, e eu insistia em fazer mais, porque nunca fui de desistir. E de repente ficava sem forças, sem uma visão normal das coisas.
Os dias pareciam-me vazios e cinzentos, e só tu tinhas o condão de os tornar coloridos. Porque quem te chamou sabe que te busco, e quem sabe que te busco, achava que naquele dia não te procurava. E não. Mas tenho um piloto automático que deixo sempre ligado. Mesmo que continue a voar por esse Céu, ele permanece ligado para qualquer eventualidade, para qualquer infortúnio. E foi no dia do Apocalipse que isso aconteceu. Ia eu na minha rota normal, quando uma luz vermelha começou a piscar, foi quando proferiram um nome como tantos outros. À primeira vez, não liguei. Pensei que fosse uma falha no sistema, uma avaria sem importância e que se podia tratar dela quando chegasse ao destino. Mas a teimosa da luz continuava a piscar. Fui ver o que era, e conformei-me que iria perder a estupenda vista e deixei a rota ser descontrolada por uma irritante luz, que eras tu, dizem.
Já me tinha esquecido que precisamos de apreciar a vista e esquecer a luzinhas que vão piscando de vez em quando. Não mudar nunca a rota. Seguir o instinto de conquistador de novos caminhos e esperar que sejam os melhores. Porque nada te deixa mais vivo do que sentir o vento na cara e de agradecer pela oportunidade de mudança que te é oferecida.

Voas, com os olhos para a frente. Nunca olhes para trás, deixa as luzes piscaram na vontade delas. Não desistas agora!

12 comentários:

Elena disse...

o problema é que nem sempre funcionamos como máquinas, mesmo que às vezes fosse o melhor, ou nao! ele também te busca, talvez ainda não esteja disposto a procurar-te! força, o texto está lindo :) beijinho

rc. disse...

Lindo, lindo, lindo !!

Saphira disse...

O "pior" daquele texto é que é mesmo veriditico... eu ontem estive cm um grupo de amigos em que "ele" também lá estava (namoramos quase 2 anos, e acábamos à um mês e tal pq ele me pediu), e foi exactamente aquilo que senti.

Em relação a este texto, deixa-me dizer-te que está muitissimo inspirador ! E acabas muito bem também ao dizer "Não desistas agora!". Podemos aplicar isso em quase todos os aspectos da nossa vida. Um lema a seguir. Continua a escrever =)

Saphira disse...

Ah e já agora, adoro a banda sonora do teu blog ! Adoro piano, e tenho yiruma no meu mp4 e tudo =P

Bernardo disse...

QUe lindo +.+

Bernardo disse...

E continuarei a fazer mais visitas :D Bom blog, já a estou a seguir

Bernardo disse...

Prendinha no meu blog, vai até lá ver

Rosa Negra disse...

Existem tantas luzinhas a piscar livres pelo mundo que, por vezes, o que devemos mesmo fazer é ignorar a de maior intensidade dando oportumidade a uma outra...porque, na realidade, todas piscam de igual modo.Somos nós que alteramos o seu brilho com um combustivel proveniente de um motor denominado coração...e ao dito combudtivel chamam de amor...
Bjs

Rui Fernandes disse...

lindo, perfeitooo...

cada vez melhor...

beijinho

Anónimo disse...

Gosto dos teus textos. Ao lê-los, automaticamente sinto as imagens das situações que escreves na mente, imagens poéticas que as tuas frases despoletam. Os teus posts remetem-me para solidão. Acho engraçadas as metáforas que utilizas, como a da luz a piscar.

Rebelde disse...

Existem pessoas, sentimentos que assumem involuntariamente uma dimensão para lá do que um simples coração consegue albergar. Sentimentos que nunca se extinguem na realidade dada a robustez do cordão umbilical que nos liga aos mesmos. É uma ligação, que ainda que por vezes levemente adormecida, tem o condão de encher uma alma eternamente. Por vezes basta um gesto pleno de inconsequência para desencadear a tempestuosidade agigantada desse sentimento. Desse alguém que à luz dos nossos olhos, mas acima de tudo, do nosso coração surge como uma figura que queremos manter constante, e que perdure ao nosso lado pela eternidade. Mesmo que acreditemos que isso, não seja exequível, desejamos ardentemente. Mesmo que o radar nos alerte para a impossibilidade do facto. Lutamos, perdemos, sofremos. Levantamo-nos e voltamos a lutar, face a qualquer adversidade. Na maioria das vezes, nessa disputa continua, esquecemo-nos de observar todas as outras coisas, que giram à nossa volta. Deixamos oportunidades para trás, abandonamos possíveis novos caminhos, e nesse processo perdemos ainda mais. Afundamos na realidade a nossa capacidade de sorrir, de conquistar o muito que há por esse mundo fora.

Por vezes é preciso apagar luzes envelhecidas de mágoas e prantos. Por vezes, é preciso apenas tentar! É preciso um voo sem pára-quedas, sem medo de arriscar, e deixarmo-nos levar pelo instinto nato de conquistador. A felicidade é já amanhã.

Vou voltar a insistir e a tornar-me mil vezes repetitivo, vou sublinhar vezes sem conta e apregoar o teu exímio talento, em nos levar, conquistar, embalar através da magnitude das tuas tão características letras. A tua escrita, conquista à primeira leitura Tal e qual, como um primeiro olhar conquista um amor.

Beijinho para lá de Grande minha L. ^^ *

Anónimo disse...

adoro a 1a frase deste texto! o voltar a (...) ver, ouvir, seja o qe for. o voltar a qualquer coisa que nos marcou. e se nos marcou esta' lá sempre, e sempre que algo mais forte chamar por ela, ela volta com tanta ou mais força do qe antes. gosto deste topico :D
bom texto! *